28 de ago. de 2007

Quero ser louco!

28 de ago. de 2007

Lá vai ele, que todos chamam de louco. Bobagem! Mal conhecem o infeliz que sai com suas botas, sua calça mal passada e sua camisa amarrotada. Ele sai, desvairado pela cidade, pelas ruas, com todos a nota-lo.
Anda desbravando cada olhar curioso que percebe. Mas sorri, feito uma criança, ele se sente bem, e não importa o que pensam.
Chega a casa do velho, a que chama de amigo. Amigo nada! Ele não tem amigos, mas chama a todos de amigo.
Bate a porta. Ele atende. Beija suas mãos e fecha os olhos. Pede licença.
Entra, senta-se na cadeira velha junto à lareira. Abre o livro que o velho lhe entrega, começa a ler. Faz gestos diversos, acompanha as linhas com os dedos, como se estivesse, faminto, devorando um prato de comida.
O velho se afasta e o observa. Sorri ao ver tamanho empenho ao ler um simples livro velho.
Parecia sorrir mais e mais o homem estranho e mal vestido.
Todos o consideram louco. Ele, pobre sem nenhuma instrução, mal sabia do que falavam.
Acordava de manhã, molhava o rosto e comia um pedaço de pão seco com leite.
Esperava o dia passar, as pessoas passarem pela janela.
Quando as via, sorria. As pessoas gritavam, lhe chamando de louco.
Ele? Sorria de novo!
Era louco, porém sabia sorrir. Sabe ser feliz em apenas acordar e viver.
Quero ser louco...ah se quero!

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