Viagem longa demais essa. O porto nunca chega, parece que nunca vai chegar.
Sinto náuseas, pelo vai e vem das ondas, pela indefinição da vida.
A maresia da carencia me arde os olhos. Frases desentendidas passam de lado a outro como peixes famintos em busca de comida. Estou zonzo, o enjoo aumenta a cada segundo.
O suor desce misturado com a água salgada. O mar me faz mal, a vida me faz mal.
Não entendo as pessoas, como vou entender a mim mesmo...
Perguntei a Deus se assim é a vida. Ele me respondeu de pronto. Resista, insista, se não conseguir desista. Não coloco palavras na boca de Deus, quem sou eu. Essa foi a resposta que eu dei a mim mesmo, e que repito todos os momentos.
Já estou insistindo, já resisti.
Tomei decisões. Se para bem ou mal só o tempo dirá, mas por enquanto me resta continuar.
Refletir, repensar.
Racionalmente procurar as opções a seguir e fazer. Antes que o inevitável naufrágio leve por água o que resta de vida.
Leve o vazio da morte existente e sempre tão presente.
Prefiro naufragar que atracar em portos inseguros.
Mas por agora só quero navegar!
E o que me resta?
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