6 de mai. de 2008

Tarde de quinta

6 de mai. de 2008

Ociosidade e chuva. Chuvisco.
Termina o capítulo de Dickens e fecha o livro, deixando-o em cima da escrivaninha.
Terminar a carta para a irmã que vive distante, ou apenas não fazer nada?
Uma música interessante surge na casa vizinha. Era algo bom. Não sabia se era Grieg, Mozart, tudo que eu sabia era que gostava.
A criada chegara, vindo do mercadinho. Acendia as luzes da cozinha, que se tornariam as únicas da casa acesas, fazendo criar um efeito interessante de luzes com o feixe que vinha da porta entreaberta.
Caminho até a varanda. Tropeço no vaso de lírios de mamãe. Ao longe surge um olhar, feminino e convidativo.
Morena, olhos escuros e cabelos cacheados, deixava sair sorrisos hipnotizantes, que me alertavam para profunda beleza. Que dentes!
Sorrisos trocados, olhares fixados.
Ela entrou, e não mais a ví.
Terminei de escrever a carta de minha irmã, onde avisava que a criada estava correspondendo ao que queriamos desde a partida de Donna.
Assim terminei essa tarde de vida, quando voltei à sacada para me despedir do olhar da morena. Ela estava lá.
Agora escureceu, e eu vou ler mais dois capítulos de Dickens, até quem sabe, pegar no sono!
Uma tarde, uma carta, um livro e um olhar!

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