Ele não sabia porque havia parado. Só não tinha a inspiração necessária pra isso.
Resolveu ir a uma cidade do interior, sozinho, pra buscar o que havia perdido.
Chegou naquela cidadezinha aconchegante, a uns 300 km da capital. Se hospedou no hotel que primeiro foi visto. Tinha um aspecto rústico e atrasado, do jeito que ele queria.
Pegou as chaves, subiu as escadas de madeira, que rangia de velha.
Abriu a porta, e deitou na cama. Era macia.
Foi ate a varanda olhar a vista. Ter varanda foi exigência dele. Era nas varandas que ele buscava inspiração.
Desceu por umas horas, andou pelas ruas, olhou as pessoas, sentou pelas praças.
Tirou um bloco de papel do bolso, uma caneta. Fez uns rabiscos. Começava a sorrir.
Porque não há nada mais gratificante pra quem escreve, do que escrever.
E quando voce acha que perdeu o dom, voce perdeu um pouco da sua alma.
Quando voce percebe que pode escrever de novo, é como se tivesse voltado à vida.
Porque poucas certezas são tão gostosas quanto a certeza de que podemos colocar no papel o que sentimos, quando quisermos. É de graça. É bom!
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