20 de abr. de 2007

Sensações

20 de abr. de 2007
Ele tomava sua xícara de café quente antes de descer. Melissa gritava feito uma louca pela escada, apressando-o. Ele finalmente chegou.
Despediu-se dos amigos que partiriam, num abraço verdadeiro e saudoso. Sentia uma mágoa por dentro, como se sentisse que nada mais seria como antes. E não seria mesmo.
Todos entraram no carro, e se foram, pra seguir suas vidas, deixando vidas para trás.
Ele? Subiu novamente, com os braços cruzados pra tentar evitar um pouco do frio que fazia.


Voltou ao encontro de sua quente e grossa xícara, que ainda estava quente.
Acabou, foi para seu quarto.
Ligou o som, fechou as cortinas, recostou a cabeça no travesseiro, e deixou sua mente trabalhar, no inspirador escuro.
Pensava em tudo, mas não gostava do que pensava. Dormiu.
Acordou algum tempo depois. O escuro estava sufocando-o.
Acendeu as luzes. Abriu as cortinas. Notou que já anoitecera.
Pegou um livro velho, abriu e começou a tentar ler.
Não conseguiu.
Ele sabe que quando algo o incomoda, nem adianta tentar ler. Não consegue se concentrar por nada.
Admitiu estar triste, atordoado.
Sentia coisas estranhas. Em certos momentos, se sentia como se estivesse sozinho no mundo. Como se não confiasse em ninguém. Ele sabe que não conhece as pessoas, na verdade.
Ele só conhece o que as pessoas querem que ele conheça.
E isso o amedronta.


O interfone toca. É sua namorada, a sua espera no portão.
Coloca uma camisa, e desce.
Antes do beijo, um forte abraço, como nunca tinha feito.
Eles andam, conversam, se amam.
A vida pode não ser tão ruim.
Ele percebeu isso naquela noite, em que perdeu amigos, perdeu esperança e confiança, mas, não perdeu o dom de amar, sorrir por alguém, por alguma coisa!

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